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Mais de 100 usuários de software espião são indiciados em 18 países

Pelo menos 80 hackers envolvidos com o software BlackShades foram presos em uma operação internacional que terminou nesta semana e foi feita em conjunto por várias polícias, entre elas o FBI (Agência Federal de Investigação, dos EUA). Os números divergem: são 80 detidos segundo a agência de notícias Reuters e cerca de 100 de acordo com publicação do The Wall Street Journal.

Software-BlackShades

Especula-se que a operação tenha começado um ano antes do desfecho dessa semana. As prisões foram feitas em 16 países, entre eles EUA, Chile e vários europeus, como Holanda e Alemanha. O software BlackShades funciona para que um computador consiga ter acesso remoto à outro.

A venda do programa é liberada em vários países, mas pelo menos 500 mil computadores foram infectados com vírus passados pelo software, segundo o FBI. O preço aproximado do BlackShades é de US$ 40 (cerca de R$ 88) e entre setembro de 2010 e abril de 2014 ele gerou mais de US$ 350 mil (R$ 770 mil) em vendas, de acordo com documentos judiciais.

A agência de cooperação judicial da União Europeia, Eurojust, comunicou que as buscas foram feitas em 359 casas e que mais de 1,9 mil domínios na internet e um computador utilizado como servidor do software BlackShades foi apreendido.

O FBI, em parceria com autoridades de 18 países, cumpriu mais de 90 mandados de prisão e mais de 300 mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (19). A ação resulta da investigação de usuários de um vírus chamado “Blackshades” criado para espionar usuários capturando teclas digitadas e vídeos da webcam, entre outras funções.

Nenhuma prisão foi realizada no Brasil, mas o FBI listou o Chile como um dos países que cooperaram com a investigação.

O Blackshades incluía funções que permitiam disseminar o vírus a partir dos computadores infectados, facilitando o uso do programa e desobrigando usuários de encontrar ferramentas próprias para espalhar a praga por redes sociais, por exemplo. Com isso, um criminoso estava “pronto” para agir após adquirir a ferramenta.

Além de usuários do software, pessoas que ajudavam a promover o programa espião também foram alvo da investigação. Não há nenhum número sobre a quantidade de dinheiro ou prejuízos que teriam sido causados pelos indiciados da operação.

O sueco Alex Yucel, de 24 anos, foi preso em novembro do ano passado acusado de ser o criador do software.

Hackers ‘novatos’
De acordo com o jornalista de segurança Brian Krebs, a operação do FBI envolveu um fórum on-line chamado “Carderprofit”. O fórum, que dizia ser um espaço para hackers, era na verdade mantido pela polícia norte-americana, que usava o local para recolher dados sobre os hackers. O Departamento de Justiça já havia realizado diversas prisões em 2012 usando dados do Carderprofit. Entre os presos estava Michael Hogue, cocriador do Blackshades.

Após a operação do FBI, os usuários indiciados foram reclamar em outro fórum, chamado Hackforums. O Hackforums é a página que, em 2010, divulgou a existência do Carderprofit e orientou usuários a se cadastrar na página mantida pelo FBI.

Krebs aponta que, como o Blackshades pretendia ser fácil de usar, muitos dos “clientes” não fazem ideia do que aconteceu. Um deles relata que a compra da ferramenta chegou a ser feita pelo PayPal.

De acordo com o FBI, a ferramenta foi vendida para milhares de pessoas e centenas de milhares de computadores podem estar infectados.

Fonte: G1, Baboo

Ricardo Galossi
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Ricardo Galossi

É um apaixonado por segurança da informação, atua profissionalmente há mais de 7 anos na área de tecnologia da informação, onde é focado em análise de vulnerabilidades e testes de invasão. Criou o blog Guia do TI para compartilhar conhecimento, ajudar os mais novos, incentivar debates e manter a comunidade atualizada com as principais notícias da área de TI.

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